Está aí o inverno e a noite é um repositor de medos onde me torno estéril num espartilho de ânsias
Desconfio das sombras como dos mortos, as folhas caídas no chão no chão continuam desde meados de outono
Estou sozinho, não adotei um gato e nenhum cão comeria os ossos da minha sorte, nenhum é luz, serviria apenas para guardar a noite
É quase natal e estou seguro que hei de ter
Uma ilusão! Ontem com todo o amor do mundo roubado fizeram uma árvore
Por enquanto tenho medo. Logo à luz da manhã verei o que posso fazer
Num dia estás na guerra, num lugar
De gás e poeira dentro duma nebulosa
Aí o orgulho e o desapreço caminham
De mãos dadas com o valor da vida
Que vale nada - Mais tarde, à noite
Estás noutro lugar de nuvens gigantes
De gás e poeira aonde a gravidade
Faz com que de tudo acumulado nasçam
Estrelas no ar gélido onde pernoitas
Paralisada desmontada procurando
Voltar atrás e os mortos não te largam
Não se afastam
Os mortos não te deixam
Eu sou a morte bela
E eu amo-te melhor
Bela, tu, estás morta
Eu vou amar-te melhor
Bela tocas-me e, logo voltas
As palavras que deixamos na cama
Bela, sou eu, sou eu a morte
Eu vou amar-te melhor bela
Eu sou a bala de capa preta bela eu
Amo-te melhor bela, tu estás morta
Melhor do que nunca bela
Fogo estranho - Fogo fátuo
Ó bela, bela, ó bela
Vamos fazer insectos
Esta manhã auando abri a janela do quarto a aurora boreal tinha uma cor positiva de nuances sexys expressionista de um otimismo auxiliar da beleza a calar o negacionismo dos que duvidam do poder do amor
O Louvre foi assaltado, roubaram a Mona Lisa, La Gioconda. Todos gostam de museus e eu gosto de tudo a... Andar! Eu tenho de gostar do Rio Torto, do Rio Tinto, do Rio Couce, tenho de gostar dos outros rios como gosto do Rio Douro. Eu tenho de gostar do Soldado Desconhecido, do Largo do Souto, de Cimo da Serra. Eu tenho de gostar da Nossa Senhora das Dores e nem da Nossa Senhora dos Remédios gosto. Eu não gosto doutros lugares doutros sítios doutros fins, enfim, como gosto do Porto, eu que tenho um amor em Lisboa. Eu não posso gostar somente do espelho do meu quarto cuja silhueta que vejo quando o olho não gosto, ou nem gosto assim tanto, ou gosto e não gosto, depende dos critérios que aplicar à denominação de gosto, uma vez que o bom e o mau gosto no caso desobedece à estética de boa ou má qualidade da imagem. Eu tenho de gostar dele como gosto dela, será que gosto dela o suficiente para gostar dele, talvez tenha de gostar mais dele para gostar dela, a imagem da silhueta que vejo no espelho quando o olho. E tudo foge, e tudo se esconde. Eu tenho de gostar do gordo que nem é assim tão gordo ou talvez nem gordo seja sob outro olhar como penso e sinto amar uma bela e preciosa flor, rosa orgânica, em ouro lei, a andar. Eu tenho, tenho de gostar mais, muito mais se não, o tempo vai acabar.
Corações, quimeras, delírios
Ah, todos os anos bêbados
Verdes perfumes escuras
Iluminações gargantas azuis
Olhos fechados triste desejo
Pretos prados desprovidos
Novos lugares velhos fados
Avernos, horas queimadas
Só por hoje só por si, enforcados
O que será pior, assobiar
Ou pensar combater o fogo
?!
Viver excede a compreensão. A vida é uma benção da natureza. A morte um defeito de Deus. Saber que se vai morrer abre a porta à vida ou fecha-a a quem respirar paralisado. É mais seguro ser brando e viver pálido. Eu gosto de amar a vida ardentemente. Eu gosto de lhe morder os mamilos, por a língua na vulva, e mais, muito mais, gosto de a olhar nos olhos e senti-la em liberdade, gosto, gosto de aproveitar, gosto, gosto de provar o creme da sua boca menina, de a amar enquando dura, na cama no chão em pé, sem planos, enfim, viva a loucura.
Enterraste-te na lama e embebido
Nessa massa de terra molhado
Tudo te é desilusão e odeias a forma
A vida marinha... corta. Talvez tu
Não odeies, já te ouvi falar bem dela
Sem qualquer estímulo sexual
O empático em ti...
A escuridão será efeito do Baby
Blue, não perdeste o cheiro e o gosto
Ok, a poesia parece ter acabado
As pessoas só podem compreender o
incompreensível depois de terem vivido
E não é comum isso acontecer porque o
mundo é cinema e o projecionista apaga a luz
O corajoso nem sempre vai longe, o verdadeiro repõe a luz ensinando acalmando o manicómio
Serve bálsamo ao sistema nervoso central e o hospital... Cuidado com o degrau, olha a cabeça
Eles são tão grandes e leves
Cães de pedra do tamanho
Da pulga com o peso
Da pirâmide Quéops
Nem o Island Victory
O faz mover um milímetro de cem
Em cem anos, o anormal é normal
Eles foram bons alunos
Aprenderam tudo o que, convém
Desde o santo burg ao showneck
À prática religiosa x
Pois, o normal é anomalia
Ou tens um espelho infiel
Ou o cão de pedra demora
Vinte mil anos a sair do sítio
São demasiado leves e pesados são
Cães de pedra e os cães de pedra
São ensinados por cães de pedra
Simbiótico da pedra o cão de pedra
É o resultado
Duma fusão de merda
Estava amar e o automóvel estacionado
Concentrado no fogo de artifício no céu
E a sombra murmurava um amargor de
Ervas: Ama-te disse ela de faca na mão
Sim, eu amo-me assim e, não quero ir
No chão o zimbro alcaçuz corpo e voz
A laranja alma no ar e a cor do açafrão
Há folhas que vêm das nuvens, outras
São anjos da guarda, e a vida, é austera
Parado perco e ganho um vazio e cheio
Eu não quero não me apetece ir mas eu
Tenho de andar, parado o tempo chaga
E o tempo, está a chagar
O seu copo é um punho de açoRumo em direção à boca do bebé
No útero do velho olhos d'água
Nunca comprou flores, nem bonitas
Nem feias, o ermita sempre que olha
Para o mar contempla-o como se
Fosse a primeira vez que cheira
La femme, tu comprends, je ne suis pas
Dieu, la vie, le parfum, beau
E, já muito cansado sobre a montanha
Pensa: A conquista é árdua mas a vida
Merece toda a atenção
Chove amarras do enxame de nódulos
E o velho dócil pegou de estaca, Romeu
Adormecido nos braços de Julieta
Os porcos selvagens amam o deserto
O camelo solitário a solidão embora
Tente a todo o momento libertar-se dela
Os santos teem mãos casadas pernas
Cegas, ele é mais carne mais banho, ele
Menos banho mais espírito e Cinderela
É um ar de primavera macieira farta
De saber. Há almas que ficam confusas
Ansiosas, agitadas, ele é um poema ex-
ceptuando as dores calmo longe demais
Não se consegue mover o que não sai
Do sítio e agrava com o tempo, Julieta
É o amor e é o amor
E só o amor pode
Triste é à noite quando a luz clareia
E feliz é o regato que, tem no longe
Um coração para
A M A R
Um dia o destino
Podem dizer
Podem e devem
Devem e não
Entre tudo e nada há algures
Ali aqui, aqui ali e acolá
Uma chuva que redunda em...
Nalguma coisa de humanidade
Maior cujas linhas existem
Desinteressadas na economia
Laminium não é uma cidade perdida
Mas a mão do mundo (suave) Só ave
Temperado que todos sonhamos
Com as janelas fechadas não oiço as sirenes
Porque vivo na rua do sol e a doçura dos dias
Bem como a frescura das flores vivas, da pureza
Do bem me quer à primavera, nomeadamente
Da mais bela rosa sardenta possível todo o ano
Ao carinho dessa flor completa, é importante para mim
Diante a vida que é fogo, não, não por querer foder
Se pensar no momento, uma maldade muito grande
Quando abro as janelas confrontado com o fim
Fico sem alma perco a língua murcho e nem a bellis perennis
Quando tinha menos idade pensei muito na morte e hoje
Confesso que
Não me apetece
Nada morrer
Nada faz sentido e tudo faz sentido
E, tudo não faz sentido, como nada não
Faz sentido ainda que aos nossos olhos
Tudo e nada façam sentido porque
Tudo, e nada, não existem. Depois
Da morte antes da vida em crio terapia
Tu és a minha Deusa, e eu Deus, isto é
Real. Há em nós muitos mundos, além
Da realidade meu grande amor e a vida
É uma espécie de escada querida
Só para Sub Sub... Sub... S U B I R
Já morri, já ressuscitei, e não sei
Como
Voltar à vida, de novo, outra vez
Procuro não acordar com o culpável
Da esponja de banho, da locomotiva
A vapor numa fuga ao fardo do tempo
Propondo ao estranho que bem conheço
E a dias desconheço, outras passagens
Paragens, paisagens, e não há como fugir
Ao que transita que é como tu poema
Azul sem palavras com os dentes cravados
Na carne sem certezas desenhando com
A sensação de quem não sabe o que sabe
Sentindo o vampiro na pele de quem
Nunca soube o que sabia, e de fato o
Que se sabe é como o mundo, sempre
Pouco, e pouco pode ser tanto e tanto
Enfim, é como o mundo
De estropiar rosas pérolas criado...
.cí.ci.o, luz, é amor. Eu como pedras
O ímpio designa de bom
Deserdado pelo tempo
Pois, preciso beber muito
A aliviar o ferro do tempo
Dormir para acordar
E acordar noutro dia
Se o abismo tiver um tecto...
Não sei, o tempo é tétrico e o amor
O que é o amor? O amor é
Sob não sei direi, conheço
Sim, um aceirado e o amortecedor...
Não conheço nadaO céu soluça
Diante a terra mudada
Que pode um velho conhecer
O norte o sul
Os movimentos do cão
Cores esquecidas
Que morreram em casas
Bêbadas sentadas
Branco é azul e o arco íris
Preto, olhos de vento
Acendem fósforos
Não conheço nada
É-me impossível
Reconhecer a rotunda
E os barcos de montar
Lembro-me da mãe
E não conheço o filho
Conhecia o sorriso
A papoila
Se nos olhássemos
De amor, que é como nós
Poetas que todos querem
Matar, além disso
Que podia conhecer
Este oeste horas secas
Manhãs de guerra
Tardes primaveris
No mundo
Está tudo escondido
A raiva, já não é verdura e os clarões doSilêncio já não se traduzem em êxtases
E o amor
Encontro-me num caderno em liberdade
Total, oiço a vida banhada a cantar pópó
Tudo é prata tenebrosa alquimia oxidada
Quero ir embora
E não quero ir embora de qualquer forma
Ainda passa no céu cores nos intervalos
Creio que minto ao dizer que é a primeira
Vez que tenho fé, e não será, creio, a última
Que me pergunto se o amor acabou, será
Talvez o amanhã venha da forma
Como entendemos a matéria
Ou não entendemos o mundo
Ó ambulâncias, ó médicos Qual par de calças rasgadas
Salvo o corpo e a alma tramada...
Ó ouro ó incenso ó mirra
Ó azuis verdes vermelhos
Eu vos via eu vos via
Cotovia na minha cabeça
Vindo da florescência, enfim
Paciência, ao sol torrado
Desengraçado na rua
Aquele vento que soprava
Era cedo tédio eu ouvia e
A chuva ó trombas não era frade
Escrevia cartas, que, ninguém lia
Ó ciência eu estou bêbado ela nua
E já é tarde
É preciso pedalar muito para chegar à lua,Ou então fica-se quieto na lua,
E as restantes fases não se mostram,
Pelo céu encoberto,
Sem qualquer possibilidade de chover
Se me apetecesse enlouquecer A vida era uma roda
E não é que não me apeteça
E que adianta andar
À roda e não sair do circulo
Nada, e não é que não seja esta
A realidade, mais ainda nesta idade
E eu, simplesmente não tenho idade
Não sou ágil nem lento, não tenho
Amor e tenho amor, não
Não posso, ocupo um lugar intoxicado
Da vida perambulando
Mais sol menos sol, mais azul menos
Eu quis ser e não existo
Se me apetecesse, se quisesse morria
Expulso do paraíso in vivoÉbrio pela presença da beleza
E frio por causa das sombras
Submersas na escuridão
No ruído intenso das macieiras
Eu lembro-me do mundo
Bellus no dia em que fui aceite
E o tempo era de equidade
E pulcher crescia - Easter
Sob a erva a sepultura seria
Como as estrelas in vitro, dollys
Que brilham rendidas ao morto
Que matou o vivo excluindo
O coelho da terra
E o amor é uma festa
Onde se pode dançar
Amor é um grassar-se
E, é um chá de cadeira
Fiado e é o amor amor
O melhor aliado
Ter-te aqui
Ainda que
Contigo aí
É como que
Ressuscitar
Para viver
Outro dia
E tu podias ter-me
Levado o coração
Mas não e insistes
Em devolver-me
A alegria
Sonho e acordo
Acordo e sonho
E volto a cair, caio
Sempre na pele
Eu não te
Posso prometer
Um morto
Tu és essa mão viva
De chuva obscena
Que o meu corpo faminto
A ternura do teu colo
É o leito preciso onde
Se dobra o vento, sacias
O céu em chamas e
Trazes a paz ao poema
Eu não digo nada
Apenas que
Quero ficar amor
Eu não sou santo mas branco
Seria a cor da vida por tanto
No quarto grande da quinta
Dos Roques, pardon, dos Maias
Querida
Ela é tal e qual
Exatamente
Como a joaninha
Voa
Alberto, estás tão perdido
Caramba, nessa condição
A vida não te ama
Vives o sol a pedra o que
Resta da volta ao mundo
E desejas tanto a lua toda
A sua incandescência..., tudo
Eu não conseguia chegar
Mentir, iludir, fazer tudo
Acontecer para nada, nada
Meu caro, diz-lhe somente
Que amas a vida e, deixa-a
Andar
Não sei onde estás mas se me
Ouves avó, Aurora, ela não é
Apenas uma flor bonita, é fogo
Água pura e tal, como a marinha
Tem o perfume altivo duma rosa
Ela não é! É uma grande mão avó
Onde a vida mora
Aqui, na profundidade da terra
o oprimido de outrora
é agora o agressor, o quadrado
é redondo e a beleza
sustem a respiração, não se morre
de amor, há lágrimas e demora
Latente está a doença, a ambição
imoderada, a ideologia no limiar
do sagrado com tudo como a tristeza
que se esconde e a alegria algures
Num caminho por encontrar
Penso em ti ao cair do dia, na
casa, aqui,...
se ao menos houvesse amor
Quando o amante morre
Resta o negócio o túmulo
Obscuro que come e se come
Abarrotar de luz ébria
Eu acabei por perguntar a Deus
Bom por que é que é mau, um
Deus omnipotente, desviante
Ausente, um monstro que nada
Faz para parar o cruel e segue
Indolente. Ó jardins desesperados
Não será excessivo assim esperar
A morte canta e a sorte é morrer
Ó caneca, a onda, ó movimento
Obcecado que é feito do criador
Que deveria proteger a sua obra
Aquele que sobre o gelo não verga
Às grandes rochas, aquele poema
Em falta, não sei com que idade
Nós éramos tão belos e nem
Amor poderíamos comprar
Não importa o que o tempo faz
E se há tragicidade no sono
Por um fio se fazem rosas
Primaveras, mais, e rios em prosas
Eu não deixarei de a amar
E sobre o dual dos três irmãos:
A todo o momento, o meu papagaio
Lambe e ferra. É como palavras sem
Eternidade, a língua corta, os dentes
Inquietam. O meu cão parece querer
Pescar e eu não, não quero apanhar
Um
Papagaio com as mãos
Falo de água para esquecer a água
Falo de amor para não ver o lugar
Onde moro, sonho um beijo para
Ter asas sal voar e deixar o ninho
Ela vestida em pé está nua deitada
Papoila azul da pedreira inclinada
Coberta de cinza e névoa tão firme
A fugir, tão veste branca que diria
Eterna de contornos longos na mão
Pousada, estendida a tocar no céu
Foi rosa de outra vida e quebrada
Refez-se e é há muito noutra vida
A grande papoila azul, imaculada
E nua é vales montanha rios uma
Ave como nunca antes tinha visto
Pelas janelas e toda a minha imaginação
Toda ela uma folha acordada ancorada
Em movimento, mexe, a sua pele o seu
Aroma... Sensível ao canto do rouxinol
É uma página celeste entreaberta
A ser
Preenchida aprende como todos
Devíamos aprender com o amor